terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Falta pouco mais de um dia, ih,ih, ih…

 

Olá minha gente!

Desculpem, desculpem e desculpem outra vez. Sim têm toda a razão em ficar irritados comigo, mea culpa, tenho estado muito ausente do blog, e isso não tem desculpa, contudo, tem uma justificação, ainda que aliada a uma boa dose de preguiça e de ausência de novidades de monta.

Passando à justificação: O Mestrado, sim a culpa é dele, esse papão que passa a vida a sugar o tempo que eu queria dedicar a todos vós e a FOX life… Tenho tido imenso trabalho, sobretudo por não ter todo o material necessário, pois está fora de questão comprar uns cem livros por cadeira e trazê-los para a Argélia. Assim não há orçamento que aguente, e esta escassez que me obriga a passar horas a fio na internet à procura de informação; a ler milhares de páginas que afinal, não interessam para nada; escrever textos, apagar textos; fazer e refazer, vezes sem conta o mesmo trabalho…em suma, isto tem sido uma animação cansativa, mas antes isso que morrer de tédio, que nem novelo magrebino voltado para si próprio.

Continuo a dar as minhas aulinhas, das quais tenho o maior orgulho, os frutos têm chegado e fazem-me sentir muito orgulhosa em partilhar a língua mãe e alguns dos hábitos, que me fazem suspirar de saudades. Sobretudo, quando chego ao capitulo da gastronomia.

No entanto, como eu sou uma sortuda, há pouco tempo, fui convidada para um cozido à Portuguesa, daqueles com tudo a que tem direito, e pasmem-se que até couves comi, sim eu que em minha casa, sempre disse que não gostava de couves, ( Desculpa mãe, mas de agora em diante vou comer sempre as couves todas, que me puseres no prato, prometo).

Hoje, contaram-me uma história que me pareceu divertidíssima, embora não creia que os intervenientes partilhem desta minha emoção, faço a ressalva que os meus sempre me disseram que não nos devemos rir do mal dos outros, por isso, vou contar o episódio sem esboçar um único sorriso, ou pelo menos tentar.

Segundo rezam os alcoviteiros, há aí um casal de argelinos cujo marido trabalhava toda a noite, motivo que o obrigava a deixar o aconchego do lar bem como a sua esposa, ora, como esta tinha medo de ficar sozinha, recebia todas as noites a companhia fiel da sua prima. Até aqui, nada de problemático não fosse a tal prima, uma moça muito recatada que usava gilbeb, que para quem não sabe, são umas vestes todas negras, algumas nem deixam ver os olhos, com meias e luvas pretas, ou seja, nada a descoberto.

Ao que parece, o senhor já se havia queixado dos silêncios do vulto negro, mas como algumas mulheres que usam o gilbeb, não falam com os homens, o senhor não levou a peito a indelicadeza da boa da prima, que tão amiga era da sua esposa, ao ponto de lhe vir fazer companhia. Se é certo que o dito senhor compreendia isto como um gesto de dedicação, dos seus vizinhos, gente desconfiada e no mínimo intrometidos, já não podemos dizer o mesmo.

Assim, começaram a encher os ouvidos do bom homem, que se viu forçado a simular que ia trabalhar para provar à solidariedade máscula, a dignidade da digníssima esposa. Um dia, deixou a mulher e a prima em casa, para ir trabalhar, mas algum tempo depois voltou, e percebeu que quem estava com a mulher não era uma prima e muito menos usava gilbeb… As mesmas fontes revelaram que o homem virou as costas e disse que não ia sujar as mãos, pouco tempo depois a senhora foi alegadamente mandada para casa da família dela, as fontes nunca mais a viram…The end

O estranho disto tudo, é que quando eu via estas “mulheres” na rua ficava incomodada, por assistir calada a tal submissão e fundamentalismo, mas desde que ouvi esta história, nunca mais vou pensar assim, agrada-me mais pensar que lá dentro, do gilbeb, está um homem feliz e satisfeito, que acabou de dar umas facadinhas, na mulher de alguém. Sim, este é só mais um dos muitos estratagemas que uso para me manter positiva, em relação à raça humana.

Agora que leram tudo isto, sem sorrir e com muito respeito, podem soltar berros de alegria por mim, pois Quinta-feira estarei em Portugal, depois de três longos meses de exílio, e não caibo em mim de satisfação e adrenalina. Vejam bem, que o maridão tem a mala feita com as passagens em cima, ao lado da porta, desde Sábado, é o desespero meus bons amigos, é o desespero.

Todo o resto continua igual, sem grandes atribulações, com jogos de tabuleiro alguns jantares, serões e muitas saudades…

Por agora é tudo, resta-me deixar aqui os meus votos de um Santo e feliz Natal e um fantástico Ano Novo para todos, com muito amor, carinho, miminhos, caridade e solidariedade com os vossos e com todos os outros que precisarem, nesta época e durante todo o ano.

2 comentários:

  1. Faz muita falta o seu blog!!!!

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  2. Olá Drina, descobri recentemente o seu blog e gostei muito, sobretudo porque em breve deverei também fazer uma experiência por terras de África. Ainda continua na Argélia?

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