domingo, 27 de março de 2011

Dia das compras...

Olá a todos, Visto que continuo com internet de parca duração, não consigo vir dar-vos as merecidas novidades, diariamente, mas faço o que posso, e até tenho um bloco novo, onde anoto o que não posso deixar de vos contar. Posso, então dizer-vos que este fim-de-semana teve, um pouco de tudo. Sexta-feira fomos ao centro comercial, que parecia o bairro alto, em dia de Santo António, simplesmente a abarrotar, eu diria mesmo, a rebentar pelas costuras. Asseguro-vos que foi, de longe, a minha maior experiência argelina. Aqui, a Sexta-feira é o dia da Prìere, (reza em francês), ora, pensava eu, na minha profunda inocência, que sendo este, um dia reservado ao culto, que poderíamos fazer as nossas compras nas calmas e sem atribulações, mas não, foi exactamente o oposto, toda a Argel e arredores decidiu, tal como nós, afluir no estupendo hiper-mercado Uno. Confesso que não tenho clara percepção do que será um ataque de claustrofobia, mas se não foi isso que tive, deve ter sido um momento de fobia social, pois só me apeteceu fugir. Antes de vir para aqui, pensei muitas vezes em como seria. Idealizei milhares de cenários possíveis, mas para saber como funciona, só mesmo vivendo a experiência. Sempre pensei que bastaria, não olhar para eles, com os olhos da minha cultura, mas isso é quase impossível, não dá para passar indiferente, porque tudo nos é estranho, mas também não dá para passarmos despercebidos, pois somos naturalmente diferentes. Vou tentar explicar-vos o porquê de me ter sentido desenquadrada, mesmo que tenha a clara certeza, que não vou conseguir exprimir, claramente, a mensagem que vos quero passar. Imaginem um super-mercado, do género do Modelo, e lá dentro estava um mundo de gente, sendo que a esmagadora maioria das senhoras estava vestida, com coisas parecidas com lençóis, outras com lençóis de verdade, muitas delas com um lenço transparente a tapar até os olhos, outras havia, que tinham a cara destapada, mas tudo o resto, estava enrolado em tecido. Sendo, que quando as benditas passavam por mim, ( que estava de calças de ganga e casaco abotoado até ás orelhas), praticamente me despiam com os seus olhares, e se uns eram de curiosidade, outros eram completamente hostis e reprovadores, como se o meu cabelo a descoberto, as ofendesse, ou lhes tentasse os homens... Havia também, muitos homens vestidos com sudários até aos pés, barbas enormes, chapéus à Pedro Abrunhosa e chinelas. Também vi, pela primeira vez, muitas crianças vestidas como os adultos, meninas de cabelos tapados e vestes pretas, enfim, um mundo de coisas novas, que é nosso dever respeitar, quer seja dentro, quer seja fora, desta terra. Depois deste relato detalhado, da experiência argelina, passamos para o domínio dos infiéis. Sim, porque ontem, foi um dia, verdadeiramente, bem passado. Estivemos com um grupo de portugueses que já cá estão há alguns anos, e que tiveram a generosidade de nos convidar a para almoçar, com eles. Foi mesmo um dia agradável, fomos almoçar a um restaurante de peixe, onde provei, um peixe fantástico, e sem espinhas, aqui apelidado de Jean-Pierre, se soubesse o nome em português recomendava, assim, ficam apenas com a informação. Depois foram mostrar-nos a marina, uma espécie de Cascais aqui da zona, onde as pessoas vão dar os seus passeios e fazer fotossíntese, é giro, mas atenção! Expectativas sempre baixinhas, está bem? Depois disso, fizemos o rally das casas, fomos a casa de um casal, que com muita pena nossa, porque foram verdadeiramente amorosos, estão de partida para o Brasil. Acabamos o dia, em casa, de um segundo casal, que dividiu connosco os seus, mais preciosos pecados, a orelha de porco de coentrada, o chouriço, o presunto e cerveja, uma verdadeira loucura de pecados. Tudo nos soube bem, desde termos sido tratados como uns benjamins, por pessoas tão simpáticas e atenciosas, até à carne de porco, que estava uma verdadeira delicia. Hoje, estava previsto começar a dar as minhas aulas de português, com um dos meus alunos, mas como ele é militar, infelizmente foi destacado para a fronteira entre a Argélia e a Líbia, pelo que tivemos de adiar, para o seu regresso, que Deus o proteja… Desculpem o testamento, como ontem não escrevi, hoje tive de vingar-me. Deixo-vos com as pérolas de hoje, estão ligadas, uma é sobre os casamento e outra é sobre procriação: “Aqui os casamentos funcionam cada um para seu lado, os homens reúnem-se num local, e as mulheres fazem a festa noutro, nem se chegam a ver. Mas o que eu acho, verdadeiramente divertido, é que a boda é regada com sumos e água, mais uns docinhos, muita musica típica e está armada a festa…E eu que sempre pensei que os homens só dançavam, quando estavam, “com um grão na asa”. “Outra coisa sobre os casamentos, é que o cortejo até à boda é feito, com os carros a buzinar, como aí, em Portugal, mas é frequente, o câmara men viajar, à frente do carro da noiva ou do noivo, na mala aberta, de um outro carro, para permitir, uma melhor filmagem do trajecto. Os carros dos noivos, são sempre enfeitados, com grinaldas de flores e fitinhas coloridas, (Fascinante)…”. “Por fim, mas não menos interessante, é que aqui, muitas das casas não são acabadas, deixam sempre uns pilares de arranque (para os entendido, não é necessário explicação, para todas as restantes pessoas, é um bocadinho de pilar, que algum dia, vai suportar um novo piso), assim, quando a família crescer, podem, de forma fácil e prática acrescentar mais um andar ao edifício. Se querem a minha opinião, eu acho isto DELICIOSO”.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Hoje, aqui, é Fim-de-semana...

Bom dia Alegria,

Hoje, aqui, é fim-de-semana, haverá melhor motivo para estarmos felizes? Por acaso até há, é que ontem, estivemos num jantar, muito do tipo, sexta-feira à noite, na Pátria.

É verdade, fomos jantar a um restaurante marroquino, bem giro por sinal, e na companhia de uma rapariga e um rapaz portugueses, que tiveram a amabilidade de nos fazer companhia e de partilhar connosco, um pouco das suas experiências árabes. Foi verdadeiramente bom! Poder estar com pessoas que falam a nossa língua, no sentido mais lato da palavra. Um bem hajam, os meninos, por aquele tão precioso bocadinho.

Eu continuo exilada, com internet racionada, sem tv cabo, sem livros em papel… Sim, tenho os livros no tablet, mas para mim, ler livros sem virar as páginas, não funciona mesmo! Falta-me o cheiro e o toque do papel.


Estou mesmo, sem nada para fazer, mas o meu destino está prestes a mudar. Para a semana já começo a dar aulas de português, aos meus dois alunos. Só de pensar na ideia, de ter uns bocadinhos ocupados, já me dá outra disposição. Não nasci para estar em casa, enmimmesmada, nem mesmo, sendo a fã Nº1 da minha companhia.


Já não tenho mais novas para vos dar, por isso, fiquem com a pérola que vos reservei, e olhem que esta é das boas, já agora o meu obrigada ao Eurico, por ter partilhado a experiência.


“ Pelos vistos, no que toca a fanatismo futebolístico, os brasileiros são uns meninos, ao lado dos argelinos. Ao que parece, estes senhores são mesmo loucos por futebol, sendo que ao fim-de-semana, vão para a Praça dos Mártires, praça muita afamada, daqui de Argel, e transformam-na em campos de futebol, e há quem vá para lá assistir aos jogos. Mas o mais hilariante, é que a praça é em azulejo, com muitos deles já partidos o que não os demove de jogar descalços, estão a imaginar o resultado, certo?”

Despeço-me com saudades, até já…

P.S- Vou deixar aqui algumas fotos de Argel, para o meu amigo Miguel Estrela deixar de reclamar…

Não parece mas está habitada, e não são ocupas...

Este edifício é giro...

Trânsito, aqui estava calminho...


Sem comentários...



Mesquita Del Arkam...




Posso garantir que este prédio é um pequeno exemplo, mas não o melhor exemplo...



quarta-feira, 23 de março de 2011

A pedido de muitas famílas....ou pelo menos algumas....tal como prometido pela srª. minha esposa...a melhor esposa do mundo ...Drina... Junto seguem retratos que podemos chamar hoje, a nossa casa no mediterrâneo...lol


Cozinha

Sala de Estar + Jantar

Sala de Estar


O nosso quarto (o outro quarto ainda não está "habitável"...)

terça-feira, 22 de março de 2011

Quase tudo no Lugar...

Olá a todos!
Felizmente, consegui voltar, antes do previsto. Acredito, que neste momento, estejam todos a pensar, que afinal as coisas, por aqui, não são tão lentas como vos havia pintado dito no meu último contacto. Pois bem, desenganem-se, ainda não nos instalaram a internet, nem nos parece que esteja para breve. No entanto, e como quem não tem cão caça com gato, e modéstia à parte, como eu tenho o melhor marido Gadget do mundo, ele arranjou aqui uma estratégia, ( que só os homens alcançam), para que eu consiga ter internet, ainda que rudimentar.

Pois bem meus queridos, tenho a informar-vos que estamos devidamente instalados mas foi uma verdadeira maratona.

Como somos uns piquenos muito poupados e ecológicos, decidimos reciclar. Assim, fomos ao armazém da empresa do Sr. meu marido, e toca a trazer, para casa, tudo o que para lá havia. Resultado :- Ficamos com um móvel de Tv, um sofá, um aparador para a sala, quatro cadeiras, duas mesa, duas camas e um frigorífico.
Até aqui tudo parecia o paraíso, mas como todos sabemos, nada nesta vida é fácil, pelo que não seria, certamente esta vez, a excepção.

Após retirarmos os plásticos, do supra referido mobiliário, constatamos que o sofá não era castanho e verde, como aparentava, mas sim amarelo, os móveis estavam empenados e com um ar velho e sujo.

Foi aí que demos início ao processo de reciclagem, com detergentes, esfregões, 6 euros em tinta, muita energia e determinação fizemos a festa completa. Agora, temos sofás amarelos e verdes, móveis pretos, e cortinados do super-mercado que eu mesma abainhei à mão, com estas mãos que a terra, um dia muito distante há-de comer.

Pois bem, posso garantir-vos que está tudo bem bonitinho e com cara de lar, um verdadeiro orgulho dos papás.

Depois o Renato, amanhã, põe as fotos para poderem ver como ficou.

De resto, posso dizer-vos que está tudo a correr muito melhor do que esperei, já conheci pessoas argelinas, que mesmo só falando árabe foram uma simpatia.

Esta manhã estive na embaixada portuguesa, em Argel, onde fui muitíssimo bem recebida. Aqui, longe das nossas raízes e dos nossos preconceitos, dos nossos Grandes Nadas, há um espírito muito menos formal, muito mais genuíno e aconchegante, que não vos consigo explicar, mas tentei.

Para a semana, já temos Tvcabo, espero eu. Obrigada aos sogritos por terem sido uns queridos e nos terem tratado desse assunto.

Além das fotos de cá de casa, vamos também colocar, fotos das árvores que dão parabólicas, e de algumas zonas de Argel.

Acho sinceramente, e apesar das diferenças com o nosso Portugal, que com humildade e modelagem, nos vamos dar bem por aqui.

A conversa já vai longa, e a internet não ajuda, por isso deixo-vos com a pérola de hoje:

"Depois de termos corrido Argel inteira para encontrar uma máquina de lavar roupa, com 58 cm de largura, medida do lugar que estava destinado à referida máquina, percebemos que nesse mesmo lugar não tinham feito a instalação para a água... muito bom".

"Para tratar do transporte e instalação da máquina de lavar roupa e o fogão, solicitamos os préstimos de dois senhores lá da loja, que quando inquiridos sobre o preço a cobrar, deixaram ao nosso arbítrio o respectivo valor, assim, sugerimos 50.00euros, ( 25.00 para cada um).
Bem, não imaginam o que se seguiu! A senhora da loja, simplesmente achou que estávamos loucos, ou a confundir o valor da moeda, pelo que determinou, unilateralmente, que pagaríamos 10.00 euros, para dividir pelos dois. No que me toca, senti-me uma exploradora..."

sexta-feira, 18 de março de 2011

Um dia De Loucos...

Sim eu sei que me atrasei, mas hoje foi mais um dia de loucos, por isso perdoem-me a demora e compreendam que tardou mas chegou...

Hoje, vou inverter a ordem da narrativa, pois não aguento sem partilhar convosco, a pérola argelina que marcará, para sempre, as minhas memórias desta terra.

Vínhamos nós felizes e contentes, diga-se que eu estava, praticamente em êxtase, por ter estado no maior e mais ocidental, centro comercial de Argel, quando subitamente, à nossa frente circulava uma Renault Express, com 4 passageiros e um repasto.

Até aqui, nada de anormal, não fossem duas das passageiras, duas cabras, acompanhadas de um fardo de palha, sim leram bem, duas cabras, estavam a ser transportadas na carrinha comercial, partilhando o habitáculo com o condutor e co-piloto, a verdadeira loucura.

Para atestar a veracidade do meu depoimento deixo-vos a imagem, que aqui os amigos captaram, para poder partilhar convosco.

Agora que já se recompuseram deste episódio do quotidiano hodierno argelino, passo a relatar o nosso primeiro dia de fim-de-semana, pois bem, não nos invejem, passamos o dia todo a limpar.
Como já vos havia dito já temos casa, ora acontece que os senhores construtores argelinos e os acabamentos não privam, de todo. A casa, que nunca havia sido habitada e que segundo consta, é do melhorzinho que há por estas bandas, estava simplesmente deplorável.

O chão estava coberto de uma mescla de terra, betão, e tinta. Rodapés? Nem vê-los, simplesmente, não existem. As juntas? Estavam de gritos, enfim, um verdadeiro sofrimento, que nos ocupou de manhã até à noite, sem intervalos, nem sequer para comer. Sendo, que o mais frustrante é que apenas ficou habitável, apesar da nossa luta pela impecabilidade.

E foi assim que aconteceu...um dia bem animado, cheio de dores e marcas de guerra.
No meio da confusão das arrumações, por entre caixas e plásticos também tivemos a companhia de um senhor argelino, que nos foi instalar a Tvcabo, mas também nesta tarefa não fomos bem sucedidos, pelo que ainda não é desta que vemos a "Laços de sangue".lol.
Temos aqui um connect para nos colocarem a internet, mas atendendo à velocidade com que estas coisas são feitas nesta terra, é bem provável, que no Domingo, dia da mudança, ainda não haja internet em casa, pelo que há fortes possibilidades que eu não possa postar, durante alguns dias. Não façam essas caras, que logo que possa volto aqui e conto-vos tudo, mais, todas as pérolas que eu vir, eu anoto num caderninho e depois descarrego tudo, pode ser assim?
Vou apenas contar-vos mais umas coisas divertidas daqui:
A primeira é sobre os transportes públicos, un véritable désastre. Para terem noção, pegam num shaker e colocam:

  1. Autocarros mais velhos que a bisavó do Manuel de Oliveira;

  2. Um mundo de gente, e tudo muito vestido;

  3. O calor da tarde, que já se faz sentir;

  4. Um trânsito caótico/lento;
Misturam... e puf...fazem-se os transportes públicos daqui, (quando eu conseguir umas fotos eu posto cá para verem que não estou a ser dramática).

A outra curiosidada, é que nesta terra chove lama, sim é verdade, não enlouqueci, pelo menos não estou mais louca que o normal em mim, chove mesmo lama, que tinge a roupa de castanho, e suja os carros, uma verdadeira aventura, (logo que volte a chover também tiro fotos para advogar a minha causa).

Estou a adorar este bocadinho, mas por hoje, fechei a loja.

Beijinhos nessas bochechas e espero que tenham passado um bom momento na minha companhia, e não percam o próximo episódio, porque nós, também não...








quinta-feira, 17 de março de 2011

O dia promete...

Como o prometido é devido, cá estou eu a cumprir o meu compromisso, para com todos vós, dividindo um bocadinho destes meus, tão diferentes dias.

Ontem fomos mais uma vez jantar ao restaurante que vos havia falado, é verdade, está na nossa natureza, somos animais de hábitos. Como equipa que joga bem não se muda, lá fomos nós respirar um bocadinho de civilização, ao restaurante Hipopotamus, e meus amigos, se fomos bem voltamos ainda melhor, na sala onde estavamos estavam a jantar mais 6 portugueses, por isso sentimo-nos completamente em casa, foi muito muito bom.

Para os mais aflitos, cumpre informar que por aqui está mesmo tudo tranquilo, nos jornais não há qualquer sinal de agitação, nas ruas muito menos, e posso garantir-vos que me sinto mais segura aqui, que em muitas zonas de Lisboa, por isso, nada de destruírem os vossos preciosos estômagos com úlceras nervosas, que aqui os vossos amigos estão a salvo, pelo menos por enquanto lol.

Já temos casa e móveis, agora só falta passar à fase das compras, limpezas e reciclagem, para que nos possamos sentir mais em casa.

O apartamento tem dois quartos, fica situado num condomínio e tem segurança, mas não pensem que isto é a Quinta da Marinha, ainda não o vi, pois, fui advertida que deveria baixar as expectativas, se bem que para ser sincera, e atendendo ao panorama geral, jamais me passaram pela cabeça, os altos padrões.

Mas é na boa, só precisamos de um tecto que possa ser transformado em lar, e modéstia à parte, nós somos bons nisso.

Em principio, dentro em breve, terei uma equipa para poder dar aulas de português. Estou entusiasmadissíma com a ideia, até porque gosto imenso de ensinar, e sendo mais uma experiência nova, é logo, bem vinda.

Relativamente à ambiência, e para os mais curiosos da indumentária, posso dizer-vos que há mesmo de tudo, o normal é ver senhoras e raparigas de lenço mas com roupas ocidentais, jeans, camisas, casacos, sem decotes, saltos de agulha, sabrinas, ou ténis.

Vi muito poucas de saias curtas, mas usavam meias opacas, as que usam saias, usam-nas até aos pés. Ontem passei por algumas senhoras (acho eu) todas tapadas, mas com os olhos à mostra, não vi nenhuma daquelas que nem os olhos aparecem, não é que isso me faça alguma diferença, claro está.

Quanto aos homens, de um modo geral, vestem-se normalmente, no modo mais lato do normal, mas também vi alguns com camisas até aos pés e boina na cabeça.

No capítulo construção, posso dizer-vos que a maior parte das casas, parecem muito velhas, algumas até aparentam estar em construção, mas mora lá gente, muito estranho. Mais estranho ainda, é que os prédios parecem árvores, mas na vez de darem frutos, dão parabólicas, elas estão por todo lado, genial.

Comprova-se que há muitos homens no desemprego, que não fazem mais nada a não ser estar na rua com os amigos a ver quem passa, e acreditam em mim, são mesmo muitos.

Penso que vos macei demasiado, muito mais, do que a etiqueta permite, por isso fiquem com as pérolas de hoje:

" Amanhã aqui é fim-de-semana, eles gozam a Sexta e o Sábado, sendo que ao Domingo se trabalha, logo, não odeiam as Segundas-feiras."

"Estamos hospedados num hotel, que supostamente é bom, mas hoje percebi que os nossos lençóis, não têm bainhas, são pedaços de pano branco, contado à medida, e já vamos com sorte..."

Até breve...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mais um primeiro dia no resto das nossas vidas.

Haverá, certamente, quem se questione sobre os motivos que me trouxeram, até esta cidade do Norte de África, pois bem, a resposta é simples, foi o coração, temperado com uma boa dose de loucura. E claro, a empresa dele...

Intuito do Blogue:
  • Ficar mais próximos de todos vós, oh gente da minha terra...
  • Contar-vos, na medida do possível, como é viver, sendo português (a), à Alger la Blanche.

Balanço do 1º Dia:

Cheguei ao aeroporto, e actualizei a minha paleta de cores, tecidos e claro está, de lenços. Aqui tudo é diferente, apesar de ser uma cidade bastante ocidentalizada, é mesmo, muito diferente de tudo o que já vi.

As pessoas, as roupas, a mistura de árabe e francês, os cheiros a especiarias, borrego e ervas, as lojas, (que fazem lembrar o Conta-me como foi)...

O transito, por sua vez, é verdadeiramente caótico, uma loucura, ninguém respeita regras, vale tudo, e carregam muito mais na buzina que no travão, uma verdadeira animação.

De dia, há imensa gente nas ruas, homens, mulheres e crianças, quando escurece, a cidade fica praticamente deserta, à excepção dos polícias, que parecem que ter raízes, nos seus postos.

Ontem fomos a um restaurante bastante europeu, onde as mulheres podem fumar e não usam lenços, e existe carta de bebidas alcoólicas, eh, eh...

Hoje de manhã, não tinha internet nem som na televisão, o que me deixou, à beira de um ataque de nervos, mas já está tudo controlado, voltou a net e com ela a minha sanidade.

Existe muita polícia, por isso, não se pode dizer que nos sentimos inseguros...mas os homens aqui apreciam, demasiado, o belo do piropo. Hoje saí com uma camisa roxa com gola até as orelhas e calças, e nem assim me safei...enfim, há que aprender a viver com isso, e fazer como fazemos, em solo luso, aos senhores das obras, ignorar...

Para já, chega de novidades. Vou tentar deixar, em cada post, uma pérola argelina:

  • Aqui, a sanita está num compartimento à parte do resto da casa-de-banho, o que significa que depois de aliviados, homens e mulheres devem dirigir-se a um compartimento diferente para lavar as mãos, (será que o fazem?).

Até breve...