domingo, 4 de setembro de 2011

Mutilada.

Um grande olá para todos,

Ontem foi um dia bem diferente do habitual, garanto-vos que nada correu como previsto, mas há dias assim, e ninguém disse que isto era fácil.

Começou pela manhã, tínhamos planos de ir à piscina, mas o tempo fintou-nos e o sol decidiu brilhar noutras paragens.

Depois deste desgosto, decidimos ir até à baixa da cidade, fazer umas compras, numa das lojas, de artigos tradicionais argelinos, acreditem ou não, estávamos nós prestes a estacionar, quando começa a chover desesperadamente, as gotas eram enormes e obstinadas em não parar de cair, ora mais um plano, que foi, literalmente, por água a baixo.

Voltamos para casa, e para compensar os desaires, decidi, dedicar-me à minha prática recente, e por vezes injusta, a culinária.

Decidi, então, fazer massa, de frango e alheira, gratinada; bem, lá fui eu, determinada, a que desta vez, os planos dessem certos, e pudéssemos carpir as mágoas, enquanto apreciávamos a nova iguaria.

E foi num dos passos de confecção, que tudo aconteceu.

Para fritar o frango, precisava de óleo, mas a garrafa estava fechada, por isso peguei numa faca e comecei a cortar, o que eu julgava ser o invólucro, da garrafa; mas a faca, que estava escorregadia, por ter estado a cortar frango, deslizou, e com toda a força, da minha mão direita, cravei o dito instrumento cortante, na mão esquerda, que estava a segurar a garrafa.

A faca entrou no músculo, por baixo do Polgar,  para os adeptos da Quirologia, foi no epicentro do monte de Vénus. Só vi sangue, como se não houvesse amanhã, e claro está, fartei-me de dizer palavras bonitas e doces, como devem calcular.

Foi tudo muito rápido. Eu só pensava, que levar pontos, na Argélia, não era de todo o meu sonho, e foi neste momento que o Sr. meu marido me pergunta: “O que é que se passa?”  Eu consciente, de que se ele visse aquele espectáculo ia cair para o lado,( isto porque estamos a falar de alguém, que não suporta ver sangue), disse-lhe que me tinha cortado, mas que era melhor não se aproximar, mas nisto lembrei-me que o frango estava a queimar no wook, não tinha como me safar desta então pedi-lhe: “ Podes vir cá  ver o frango?”, e assim, movida por um surto de extrema inteligência, optei por tapar o golpe, com nem mais, nem menos, que o pano de lavar a loiça, sim esse mesmo, aquele, que está cheio de gordura, liquido de loiça e milhares de bactérias. Foi sem dúvida, um momento de inspiração.

Para ajudar à festa, qual foi a primeira pergunta que o maridinho me fez?” Olha, o que faço a este frango?”, mesmo à homem. Ora, vejam lá, eu ali preocupada com o desmaio, do Lord, cheia de dores, a tentar estancar a sangue, com um esfregão, e ele preocupado com o frango…

Isto era motivo de despromoção, da categoria de Príncipe para Visconde, mas tal não aconteceu, porque mal viu que a coisa não estava boa, tem estado em expiação, do pecado, e agora é ele que me ajuda em tudo, eu sou só o cérebro das tarefas domésticas, por isso, está mais que perdoado.

Resumindo e concluindo, desinfectei a ferida, tenho um penso forte para ver se a carne liga, estou sempre com o braço no ar e entupida de anti-inflamatórios. Esta noite foi um calvário, tive imensas dores e apetecia-me ter braços de atarraxar, assim colocava-o, gentilmente, na mesinha de cabeceira, e dormia ser dores, nem medos que a ferida reabrisse.

E pronto, aqui fica mais uma fantástica história, do Fabuloso destina da Drina…

P-S- A parte mais estúpida desta trágica comédia, é que eu não precisava de cortar nada, bastava tirar a tampinha da garrafa, e abrir no puxador, apropriado para o efeito.Grrrrrr.

Beijinhos para todos…  

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