terça-feira, 24 de maio de 2011

Acreditar...

Olá a todos,

Mais um dia passado, à beira do mediterrâneo, dito assim até parece tentador, mas a sinceramente, o tempo das novidades já teve melhores dias. Em verdade, não tenho feito grande coisa, acho que é esta vida aparentemente sem stress, que muitos anseiam, mas para mim, na condição de eterna insatisfeita, faz-me falta a agitação, a correria, a constante ansiedade em chegar sempre a horas, as obrigações a cumprir, as compras, em suma, faz-me falta Lisboa…

A tranquilidade sabe bem, mas só durante algum tempo, e aqui tempo é coisa que não me falta, pois entre aos aulas aos meus três alunos, a internet, as coisas de casa, as noticias da triste campanha politica, no nosso rectângulo, e as funções de governanta, o tempo chega e sobra, mais, neste momento, sinto-me em condições de vender tempo…

Como já perceberam, estou num dia não, um dia de reflexão desencadeada, pelos motivos mais tristes, pois, enquanto eu estou para aqui, a fazer-vos perder o vosso precioso tempo, ao escrever sobre o meu excesso de tempo, outros há que adorariam que eu lhes vendesse este tempo que alego ter…

Ontem, recebi a triste noticia, de que o maldito papão, voltou a vencer e conseguiu levar mais uma menina, do Hospital de São João, e foi este acontecimento que me trouxe até aqui, precisava de vos escrever.

Eu tenho um sonho, gostava que alguém matasse todos os papões do mundo, para que nunca mais levassem nenhum dos nossos meninos, para que nunca mais nos fizessem chorar, nem nos arrancassem as forças para secar as lágrimas dos pais que sofrem, para que os sorrisos pudessem durar para sempre em vida e se mantivessem, como se mantêm, nas nossas memórias, nos nossos corações…

Hoje, o meu pensamento vai para todos os lutadores que resistem ao papão, que lutam contra ele, vai também para todos os pais/guerreiros , que combatem, que tudo fazem, que vencem e que perdem, mas que dão tudo, de uma forma sobrenatural e na mais genuína e verdadeira expressão de amor.

Hoje sangro convosco e por vós, meus pequenos heróis, meus super-pais, meus irmãos voluntários, médicos, enfermeiros e assistentes que todos os dias privam as vossas famílias da vossa companhia, para ajudar e espalhar sorrisos e alentos , a esta cada vez maior família, a família oncológica, a família que o papão criou…

Apesar dos buracos no peito, há que continuar a luta, por todos os que partiram e pelos que continuam a árdua caminhada, e sobretudo, temos que continuar a sonhar e Acreditar que um dia o papão será apanhado, metido num foguetão e enviado para o espaço, para nunca mais voltar, e assim, os nossos meninos poderão viver felizes para sempre…

Este é o meu sonho…

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